Hypnos, filho de Nix - a noite e Erubus - a escuridão, era o deus grego do sono e da sonolência; e seu equivalente romano era Somnus. Era irmão gémeo de Thanatus, o deus da morte. Hypnos seria o responsável pelo descanso restaurador de todas as criaturas terrestres, enquanto Thanatus pairava sobre a superfície.
Hypnos uniu-se a uma das Graças ou Cárites, Pasítea, e com ela teve mil filhos, os Oneiroi ou Oniros. De todos eles, três eram responsáveis por distribuir os sonhos a quem dormia; e uma filha distribuía os sonhos aos acordados:
* Ícelus - criador dos pesadelos;
* Morpheus - criador dos sonhos;
* Phantasos e Phobetor - criador dos objectos inanimados que aparecem nos sonhos;
* A Phantasia, era a única filha, criadora dos monstros e devaneios.
Às vezes mostrado adormecido num leito de penas com cortinas negras à volta, os seus atributos incluíam um chifre contendo ópio, um talo de papoula e outras plantas hipnóticas, um ramo gotejando água do rio Lete - do esquecimento - e uma tocha invertida. Costumava ser visto trajando peças douradas enquanto seu irmão gémeo, Tânatos - a morte, normalmente usava tons prateados. Também foi retratado como um jovem nu dotado de asas, tocando flauta com a qual adormecia os homens, com um rastro de névoa por onde passava.
Hypnos vivia num palácio construído dentro de uma grande caverna no oeste distante, onde o sol nunca alcançava, para que nenhum galo cantasse e acordasse o mundo, nem gansos ou cães, de modo que Hypnos viveu sempre em tranquilidade, em paz e em silêncio.
Do outro lado deste lugar peculiar passava Lete, o rio do esquecimento, e nas margens, cresciam plantas que junto ao murmúrio das águas límpidas do rio ajudavam os homens a dormir. No meio do palácio existia uma bela cama, cercada por cortinas pretas onde Hipnos descansava, e Morpheus, seu filho e principal auxiliar, cuidava para que ninguém o acordasse.
O termo "hipnose" (grego hipnos = sono + latim osis = acção ou processo) deve o seu nome ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu pois acreditou tratar-se de uma espécie de sono induzido (Hipnos era também o nome do deus grego do sono). Quando tal equívoco foi reconhecido, o termo já estava consagrado, e permaneceu nos usos científico e popular.
De Hypnos provem a hipnose, um estado alterado e temporário de atenção, que pode ser induzido, possibilitando fenómenos espontâneos como em resposta a estímulos verbais ou de outra natureza, como toques ou sons. Segundo especialistas, a hipnose provém de uma forma intensa de pensar, com consequências no corpo e na actividade neural. Como o cérebro não distingue atenção concentrada e a realidade, o corpo responde como se a experiência fosse real. Na prática, significa entrar em contacto directo com as emoções, é como abrir uma janela para estabelecer um diálogo com o inconsciente. A hipnose é tão antiga quanto o próprio homem. Os egípcios, os romanos e os astecas já utilizavam a técnica no tratamento de doentes. Para os ocidentais, a hipnose moderna começou com o médico alemão Franz Anton Mesmer, no século 18, com o mesmerismo. Mas as maiores descobertas aconteceram na segunda metade do século 19, graças aos trabalhos de clínicos como Charcot, Liebeault e Bernheim. A hipnose foi o ponto de partida de Freud e dos primeiros psicanalistas.
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